Universitário de Brasília cria exoesqueleto mecânico para pessoas com deficiência


O projeto acadêmico promete auxiliar na mobilidade e na qualidade de vida desses indivíduos

O universitário Matheus Soares Nascimento está concluindo o Curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário de Brasília (CEUB) e o exoesqueleto é fruto do seu trabalho de conclusão (foto: divulgação)

O universitário Matheus Soares Nascimento desenvolveu um exoesqueleto que busca contribuir com a mobilidade de pessoas com deficiência nos membros inferiores. O aparelho de baixo custo auxilia os deficientes a executarem a marcha humana, minimizando patologias secundárias. O exoesqueleto suporta o equivalente aos membros inferiores de um indivíduo de até 76 kg de massa e 1,8 m de altura. A criação é resultado de um Trabalho de Conclusão do Curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário de Brasília (CEUB).

O estudante, juntamente com o seu orientador, Hudson Capanema Zaidan, montou um exoesqueleto de baixo custo, que simula a marcha humana. O aparelho contribui na acessibilidade de locais e visa a melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiências de membros inferiores. Os exoesqueletos ortopédicos fornecem sustentação e simulam os movimentos do membro, que é automatizado.

De acordo com o universitário, o intuito do projeto é sanar uma parcela das dificuldades que as pessoas com deficiência enfrentam e proporcionar uma melhor qualidade de vida. “Esse dispositivo comanda o movimento dos motores presentes nas articulações do quadril e joelho, por meio de um controle PID digital independente, para cada articulação”, explica.

Com a premissa de desenvolver um exoesqueleto de baixo custo e de fácil reprodução, o estudante utilizou um sistema modular, que assiste desde pessoas baixas às mais altas. O método utilizado consiste em criar uma estrutura que acople ao motor, de modo que tenham três elementos principais: móvel, fixo e extensões. Nesse momento, Matheus está desenvolvendo uma nova versão do equipamento, em busca de produzir ainda mais conforto e funcionalidade para o indivíduo. O próximo passo é criar uma miniature do exoesqueleto para então buscar parcerias para testes com seres humanos.

Para o doutor em Ciências Mecânicas e professor do CEUB de Controle e Servomecanismo, Tiago Leite, a ação de desenvolver equipamentos biomédicos é uma grande batalha dentro da ciência. O especialista afirma que o projeto do Exoesqueleto desenvolvido pelo Matheus dialoga muito com a possibilidade de transformar os conhecimentos adquiridos ao longo do curso de Engenharia Elétrica em aplicações práticas. “Alguns aspectos de estabilização da velocidade e aceleração do exoesqueleto ainda podem ser refinados, mas é inegável que o que já foi feito mostra nossa capacidade de fazer algo novo”, destacou o docente do CEUB.

 

Cenário mundial

De acordo com estudos realizados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que exista mais de 1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo, representando 15% de toda a população, referente ao ano de 2011. Tais dados englobam todos os graus de dificuldades e tipos de deficiência, seja ela auditiva, física intelectual, mental e visual. Apesar dos avanços científicos e das políticas públicas de inclusão, os deficientes físicos continuam enfrentando obstáculos, desde acessibilidade em locais públicos ao surgimento de enfermidade em razão da perda de movimentos dos membros.

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