Você conhece a interface cérebro-máquina?


Estamos numa era cada vez mais digital. A tecnologia nos mostra avanço e esperança, seja em qual área for aplicada. E para saúde, muito já se avançou como em procedimentos cirúrgicos, exames, órteses, comunicação alternativa, entre outros.

Dra. Luciana Protásio Fisioterapeuta neurofuncional Pesquisadora do LAIS/UFRN

Na neurorreabilitação, temos a interface cérebro-máquina (ICM) e evidências científicas sobre essa temática respaldam seus benefícios, oferecendo mais uma possibilidade de recuperação para pacientes com limitações cotidianasdecorrentes de doenças neurológicas.

A ICM corresponde a um sistema artificial que fornece comunicação direta entre o cérebro e umdispositivo com base na intenção do usuário. UmaICM reconhece a intenção do usuário medindo a atividade cerebral e traduzindo-a em comandos executáveis, normalmente executados por um computador.

A estratégia de sistemas de robôs ICM emreabilitação (ou seja, sistemas que integram a ICM e robôs em um sistema unificado) é reconhecer a intenção do paciente de mover ou executar uma tarefa por meio de um sinal neural ou fisiológico e, em seguida, usar um dispositivo robótico para fornecer assistência de uma maneira que imita as ações de um terapeuta durante as sessões de fisioterapia padrão. Este processo promove a neuroplasticidade dentro de regiões do cérebro intactas e depende da experiência repetida de iniciar e atingir um alvo específico, tornando a participação ativa do paciente na realização dos exercícios terapêuticos parte integrante do processo de reaprendizagem motora.

A maioria dos dispositivos robóticos usados na reabilitação de membros superiores existe na forma de exoesqueletos. Os exoesqueletos robóticos são dispositivos vestíveis, onde os atuadores são biomecanicamente alinhados com as articulações do usuário, permitindo um torque adicional para fornecer assistência, aumento e até resistência durante o treinamento. A maioria dos robôs comerciais são focados em braços e pernas, cada um oferecendo uma metodologia de terapia única. Há também uma categoria de dispositivo que visa a mão e o dedo. Embora muitas vezes menosestudadas do que as áreas proximais do membro superior, mão e dedos são componentes centrais na recuperação de atividades da vida diária.

Pesquisas científicas já comprovaram que mesmo pacientes com o controle proximal mínimo de ombro e de cotovelo podem recuperar algumacapacidade da mão a longo prazo após acidente vascular cerebral (AVC). Estamos na fase da reabilitação 4.0, na qual precisamos, como fisioterapeutas e terapeutas do movimento, personalizar nossas condutas, usando todos os recursos cabíveis na atualidade para monitorar, auxiliar e recuperar nossos pacientes.

Dra. Luciana Protásio

Fisioterapeuta neurofuncional

Pesquisadora do LAIS/UFRN

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