Você é higiênico na academia? Saiba as 6 doenças que podem ser pegas no local


Além dos cuidados com o próprio corpo, é preciso ter a atenção redobrada na higienização correta dos aparelhos

O ambiente da academia, fechado e com muitas pessoas facilita a proliferação de fungos, vírus e bactérias transmissores de doenças. A depender da estrutura do local — as de bairro não costumam ter uma boa refrigeração — o cenário úmido e abafado favorece ainda mais a proliferação de agentes nocivos. Por isso, para além dos cuidados com a preparação do corpo, é preciso ter atenção à limpeza dos aparelhos e pesos.

Mas existem medidas de segurança que você pode tomar para evitar ao máximo as contaminações. Entre elas, estão passar álcool gel sempre antes de tocar nos aparelhos e colchões e usar uma toalha sobre os aparelhos para evitar o contato direto da pele com a superfície do equipamento.

— No vestiário da academia e até mesmo debaixo do chuveiro, o indicado é sempre usar um chinelo para evitar o contato direto do pé com o chão potencialmente contaminado — aconselha o dermatologista Luiz Gameiro, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Veja abaixo as principais doenças que podem ser transmitidas na academia. Ao perceber algum sintoma ou sinal, procure por um médico. Não se automedique.

Escabiose

A escabiose, popularmente conhecida como sarna humana, é uma parasitose causada pelo ácaro Sarcoptes scabiei variedade hominis. O contágio ocorre por contato direto com pessoa, roupas ou outros objetos contaminados. O problema causa bolhas no corpo que podem coçar. A cicatrização pode deixar manchas na pele.

Conjuntivite

A conjuntivite pode ter variadas causas — viral, bacteriana ou fúngica. Ela é caracterizada pela inflamação da conjuntiva, membrana transparente e fina que reveste a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras.

— A transmissão sempre ocorre quando uma pessoa que está com essa infecção purulenta esfrega a mão nos olhos e depois passa em algum objeto. Aí uma outra pessoa coloca a mão sobre o local contaminado e leva aos olhos, gerando um novo processo de conjuntivite — explica Figueiredo.

Verrugas

Existem verrugas virais, que são causadas pelo vírus do papiloma humano (HPV). O patógeno entra na pele por meio de pequenas lesões, desenvolvendo a verruga.

— Uma pessoa que tem uma verruga palmar, que aparece na palma da mão e é conhecida como olho de peixe, quando pega em uma barra da academia, potencialmente está disseminando aquele vírus. Quando uma outra pessoa for usar o mesmo aparelho, ela pode acabar sendo infectada. Não significa que será, mas há um risco — detalha Gameiro.

Foliculites

Bactérias como a Staphylococcus aureus podem provocar infecções de pele, como as foliculites — inflamação que se inicia nos folículos pilosos. Ela é caracterizada pela formação de pequenas espinhas, de pontas brancas, em torno dos pelos. Elas podem coçar e deixar a pele avermelhada e sensível. A transmissão pode ocorrer em contato com superfícies contaminadas com o pus que sai das bolhas.

Micoses

As micoses são causadas por fungos — existentes no ambiente e na própria pele humana — que se proliferam em áreas mais úmidas do corpo. A transpiração excessiva por conta da atividade física, somada ao aumento da temperatura e a fricção da pele em alguns aparelhos da academia é a combinação perfeita para a multiplicação desses microrganismos que fazem mal quando estão em grande quantidade.

As micoses normalmente causam coceira, escamação da pele e vermelhidão.

Banheiros e vestiários da academia, por exemplo, vivem molhados e normalmente não possuem sistema de refrigeração ou uma boa circulação de ar. Esse é um local propicio para o desenvolvimento dos fungos. Por isso, nunca ande descalço e sempre tome banho de chinelo nesses locais.

Doenças respiratórias

Quando a pandemia de Covid-19 começou a arrefecer, várias cidades liberaram a reabertura de academias, desde que os alunos e funcionários utilizassem máscaras. Isso porque as doenças respiratórias, como a Covid-19, são transmitidas pelo ar. No entanto, há vírus (como o da gripe) que sobrevivem por algumas horas nas superfícies. Se alguém espirra sobre a mão e depois manuseia um aparelho, outra pessoa pode acabar se contaminando ao encostar no local e levar a mão ao nariz ou boca.

JORNAL O GLOBO

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