Há ainda o vaginismo, que também pode causar dores.
“Pelo medo de dor na penetração, a mulher fica tensa e gera contratura muscular da parte externa da vagina, por vezes de toda parte pélvica, causando dor. O vaginismo é definido como espasmo involuntário recorrente ou persistente da musculatura da vagina e o tratamento baseia-se com ajuda de fisioterapia e acompanhamento psicológico”.
A queixa de dor na vulva, parte externa da vagina, espontânea ou desencadeada pelo toque, também é um sintoma.
“Seja durante a relação sexual ou ao lavar, é chamada vulvodínia. Essa dor em queimação e com persistência por mais de 3 meses ainda não tem origem conhecida. Ela pode ser desencadeada, assim como a dispareunia, por infecções ou por fatores psicológicos”, explicou Luana.
A especialista explica que dores mais profundas ainda podem ter outras causas, como a endometriose.
“Costuma ser uma das grandes responsáveis pela dor durante o ato sexual por conta do quadro inflamatório que provoca na pelve”, afirmou Luana.
A menopausa também é um período na vida da saúde da mulher que pode causar dores nas relações.
“Nessa fase pode haver ressecamento vaginal por conta da diminuição do nível de estrogênio, o que recomendamos é realizar uso de estrogênio tópico, naquelas mulheres que não apresentam contra indicação a reposição, além de lubrificantes e hidratantes a base de ácido hialurônico”, lembrou a especialista, que ainda lembrou de outra possível causa.
“Cistos no ovário e cicatrizes na região pélvica provindas de alguma infecção, cirurgia ou radioterapia também podem se manifestar com dor durante o sexo”, afirma Luana.
Quando a mulher já foi vítima de violência sexual, sofre com problemas socioeconômicos, repressão sexual, desconhecimento de seu corpo e disfunção sexual prévia são fatores psicológicos chamados de dispareunia psicológica na psicologia e também são fatores que devem ser levados em consideração quando há dor no sexo.
“Quando a dispareunia tem causa desconhecida ou de origem psicológica muitas vezes pode exigir um tratamento multidisciplinar com ginecologista, fisioterapeuta, psicólogo e psiquiatra”, aconselha Luana.
Atenção à mulher
É importante entender que a mulher precisa de lubrificação para ter o ato sexual de forma mais prazerosa e, para isso, são necessários estímulos adequados para o momento.
Carlos Moraes, ginecologista e médico no Hospital Albert Einstein, ressalta o problema dessa situação.
“Mulheres ficam com a vagina um pouco mais seca, não tem uma boa lubrificação e aí quando isso acontece e ela tem relação, sente dor e faz com que ela tenha menos vontade de fazer sexo”.
A pedagoga Claudia Petry esclarece por qual motivo isso acontece.
“Essa falta de estímulos que pode atrapalhar também vem da falta de educação sexual do casal, do saber como trabalhar a sexualidade, da mulher saber que antes de ela ser penetrada precisa ter esse movimento da excitação”.
As dores nas relações sexuais não são incomuns, mas elas não podem ser normalizadas.
“O primeiro passo para buscar ajuda é entender que essa situação não é normal e que existe tratamento, ele pode fazer com que sua vida seja melhor. A atividade sexual pode e deve ser prazerosa”, diz Carlos Moraes.
” O ideal é buscar ajuda nas primeiras sensações de dor, ajuda em área médica, ajuda em educação e sexualidade, buscar um profissional dentro de sexologia clínica faz muita diferença”, concluiu o médico.
CNN BRASIL