Reynaldo Gianecchini revelou sofrer da síndrome de Guillain-Barré, entenda o que é a doença autoimune e os sintomas


O ator relatou que desenvolveu a condição durante os ensaios para o musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”

Reynaldo Gianecchini conta ter a síndrome de Guillain-Barré — Foto: Reprodução/YouTube

Reynaldo Gianecchini, de 51 anos, descobriu ter a síndrome de Guillain-Barré enquanto se preparava para o seu novo musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”, no qual interpreta a drag queen Mitzi/Tick. O ator comentou sobre a descoberta e como isso afetou seus movimentos durante sua participação no podcast “Poddelas” nesta terça-feira (11).

“Eu desenvolvi até uma doença autoimune muito louca que foi me paralisando as mãos, as pernas. Tive uma coisa que chama Guillain Barré, que é uma doença autoimune, que eu seu próprio sistema imunológico, os seus nervos, vão te paralisando”, afirma Gianecchini.

O que é a síndrome de Guillain-Barré?

A síndrome de Guillain-Barré é uma condição autoimune, na qual o sistema imunológico do paciente ataca parte do sistema nervoso periférico. Ela pode afetar os nervos que controlam o movimento muscular, bem como aqueles que transmitem sensações de dor, temperatura e toque. Isso pode resultar em fraqueza muscular e perda de sensibilidade nas pernas e/ou braços. A causa exata da síndrome de Guillain-Barré é desconhecida. Mas dois terços dos pacientes relatam sintomas de infecção nas quatro semanas anteriores.

A condição é contagiosa?

O neurologista Alex Baeta, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, esclarece que a síndrome de Guillain-Barret não é contagiosa e, portanto, não há risco de transmissão.

— A Síndrome de Guillain-Barré é um distúrbio imunomediado, ou seja, nosso sistema imunológico começa a atacar estruturas do nosso próprio corpo. Geralmente, a síndrome é provocada por um processo infeccioso anterior. Mas ela não é contagiosa. O paciente poderá transmitir o vírus que desencadeou a síndrome, por exemplo, mas não a síndrome em si — explica o especialista.

Quais são os sintomas?

A síndrome de Guillain-Barré pode apresentar diferentes graus de manifestação, desde quadros leves, com apenas alteração de sensibilidade nos membros e fraqueza muscular até graves, que incluem paralisia da face e comprometimento da respiração.

Os primeiros sintomas incluem sensação de fraqueza ou formigamento. Eles geralmente começam nas pernas e podem se espalhar para os braços e rosto, em uma progressão ascendente. Outros sintomas incluem: dormência, comichões, dor, problemas de equilíbrio e coordenação, sonolência; dificuldade para respirar, falar e/ou deglutir; retenção urinária; aumento ou queda da pressão arterial; arritmias cardíacas; visão dupla; alteração de reflexo; confusão mental; tremores e até mesmo coma.

A síndrome de Guillain-Barré tem cura?

A maioria dos pacientes com síndrome de Guillain-Barré se recupera. Em geral, a doença progride por um período de quatro a seis semanas. Depois, o paciente evolui com melhora lenta e gradual, mesmo sem tratamento. No entanto, o tratamento ajuda a reduzir o tempo e os danos da doença.

Qual é o tratamento?

A imunoglobulina humana é o tratamento mais comum para a síndrome de Guillain-Barré. Trata-se de uma infusão na veia, por cinco dias seguido, realizado no hospital. Outra opção de tratamento, menos comum, é a plasmaferese, técnica que permite filtrar o plasma do sangue do paciente. Ambos são considerados eficazes para o tratamento da doença.

Dados internacionais mostram que aproximadamente 50% dos pacientes se recuperam totalmente em até seis meses. Em alguns casos, pode haver sequelas como alteração na sensibilidade dos membros e dificuldades motoras. A mortalidade varia de 3% a 5%.

Jornal O Globo

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