Entenda melhor a diferença entre preocupação, ansiedade e estresse.


Preocupação, ansiedade e estresse são sentimentos que fazem parte da nossa vida e, por provocarem algumas sensações parecidas, muitas vezes podem ser confundidas. E saber reconhecer cada uma dessas condições é importante, pois em excesso elas podem prejudicar a saúde física e mental. “São sensações que estão sobrepostas, por isso identificar cada uma é importante para perceber se as suas reações são normativas ou excessivas”, explica Carolina Lisboa, docente em Psicologia da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul). A seguir, explicamos como diferenciar a preocupação da ansiedade e do estresse e o que fazer para lidar melhor com esses sentimentos.

Preocupar-se é natural

Segundo Suely Sales Guimarães, doutora em psicologia e pesquisadora na UnB (Universidade de Brasília), a preocupação é a atenção voltada para algo que demanda algum tipo de cuidado para ter uma consequência ou final desejado, ou para evitar algo indesejado. “São respostas naturais, sendo que algumas estão sob controle.” Portanto, todo indivíduo tem pré-disposição a se preocupar com algo que pode acontecer. É aquele pensamento que não dá trégua com algum possível risco fazendo com que a pessoa se organize e até se previna. No dia a dia, a preocupação normativa não compromete a rotina, pode até causar algum incomodo sem provocar reações físicas.

Como lidar com a preocupação:

  • Imponha um limite para pensar na questão e depois desse prazo apenas procure redirecionar seus pensamentos para outras situações ou necessidades;
  • Ao identificar a preocupação, observe o que pode ser feito para uma solução;
  • Anote suas preocupações, afinal, listar tende a acalmar esses pensamentos repetitivos.

Controle a ansiedade

A ansiedade é uma preocupação com o futuro acentuada, que nem sempre faz sentido. “Se acontece em níveis exacerbados, ela pode se tornar patológica. Por isso, há ansiedade comum e o transtorno de ansiedade generalizada”, fala Guimarães.

De acordo com Luciana Siqueira, psiquiatra do Programa de Ansiedade do Ipq do HC-FMUSP (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), a ansiedade é um sentimento desagradável com reações físicas como aperto ou desconforto no peito, coração acelerado, sensação de sufocamento. “Em situações de perigo ou de risco, a mente nos dá esses sinais e interpretamos em algumas circunstâncias a ansiedade como um estado de desequilíbrio emocional.”.

Diferentemente da ansiedade normal, adaptativa e protetora, a ansiedade patológica paralisa, deixando o indivíduo suscetível aos agravos emocionais, sociais e físicos. Portanto, uma preocupação excessiva e persistente exige diagnóstico e tratamento. Normalmente esse tipo de ansiedade está associada aos eventos da vida cotidiana e é seguido de sintomas como irritabilidade, tensões musculares, insônia ou sono irregular, comprometendo o funcionamento profissional e/ou social e gerando grande sofrimento psicológico.

Como lidar com a ansiedade:

  • Diminua estimulantes como cafeína, açúcar e álcool, que podem elevar ainda mais a ansiedade;
  • Procure respirar para acalmar e interromper o ciclo de ansiedade;
  • Busque distrações como uma caminhada, uma música ou uma atividade lúdica para diminuir o episódio de ansiedade;
  • Se o problema se tornar patológica, busque por ajuda médica e psicológica.

Gerencie o estresse

Já o estresse é uma resposta orgânica frente a alguma demanda percebida como ameaçadora, podendo causar problemas físicos quando acontece em grau exacerbado. “Implica necessariamente em respostas fisiológicas decorrentes da estimulação do sistema nervoso autônomo, que provoca a liberação de hormônios que, em quantidade maior, aumentam a taxa de batimento cardíaco e pressão arterial”, esclarece Guimarães.

O problema é que quando o estresse se torna prolongado, o aumento de seus hormônios, principalmente o cortisol, pode trazer problemas de saúde mental e física como irritabilidade, fadiga, baixa autoestima, queda da imunidade, hipertensão, ganho de peso. Quando chega a esse ponto, é importante buscar ajuda médica e psicológica. Aliás, é importante reconhecer cada um desses sentimentos para que um não alimente o outro. Porque uma preocupação inicialmente irrelevante pode ser tornar um estressor e gerar ansiedade, assim como um estado ansioso elevado pode provocar estresse.

Como lidar com o estresse:

  • Faça atividade física regularmente. O exercício estimula a produção de neurotransmissores que relaxam e trazem bem-estar, ajudando a reduzir o nível de estresse no corpo;
  • Pratique a aceitação, que implica em viver as situações de maneira adequada, sem a tentativa de confrontar, já que o agente estressor não pode ser removido;
  • Aposte em técnicas de relaxamento, respiração diafragmática e meditação, que são muito úteis como auxiliares no manejo do estresse, reduzindo as respostas fisiológicas a ele associadas.

 

UOL

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *