Câncer do colo de útero: Febrasgo inicia campanha para erradicação da doença, na próxima década


Essa semana a apresentadora Fátima Bernardes utilizou suas redes sociais para comunicar que está com câncer de colo de útero em fase inicial e se submeterá a uma cirurgia para o tratamento da doença. Atualmente, esse tipo de câncer figura entre os de maior incidência no país – sendo estimados que até o final deste ano 16590 mulheres terão o diagnóstico da doença.

 O Câncer de Colo de Útero é decorrente de infecção por subtipos oncogênicos do vírus HPV (Papilomavírus Humano). Contudo, é altamente prevenível por meio de vacina e, quando diagnosticado precocemente, as chances de tratamento são promissoras. Entretanto a dificuldade de acesso à prevenção e rastreamento da doença, tem levado à elevação do número de casos. Ciente do impacto da doença a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) iniciou, nesse mês, a campanha “Vamos acabar com isso” para a erradicação desse câncer. A ação acompanha iniciativa de mesmo cunho promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em nível mundial.

 Números e Cenário no Brasil

No mundo, são mais de 570.000 novos casos e morrem mais de 311.000 mulheres a cada ano. A doença ocorre predominantemente em mulheres não brancas (62.7%) e com baixa escolaridade (62.1%). No Brasil, o sistema público de saúde atende 75,32% dos pacientes com câncer. O período entre o diagnóstico e o primeiro tratamento dura mais de 60 dias em 58% dos casos, ocorrendo mortes precoces em 11% delas.

 Os cânceres invasivos do colo do útero são, geralmente, tratados com cirurgia ou radioterapia combinada com quimioterapia. A escolha da melhor opção terapêutica depende do estadiamento clínico do tumor, da idade, da história reprodutiva, do estado geral da paciente e das condições disponíveis no serviço de saúde. No Brasil, aproximadamente 80% das mulheres com diagnóstico de doença invasiva, estão na fase avançada, fora de condições técnicas de cirurgia, sendo necessárias a radioterapia e a quimioterapia como tratamento, gerando, assim, um enorme custo social e financeiro.

 

Campanha

No Brasil, a Febrasgo se engaja na responsabilidade de contribuir para as metas previstas a serem trabalhadas até 2030. A adoção da “Estratégia Global para Acelerar a Eliminação do Câncer de Colo do Útero, como um Problema de Saúde Pública”, da OMS, é baseado em três pilares. Garantir que:

1) 90% das meninas recebam a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) até os 15 anos de idade;

2) 70% das mulheres realizem um exame de rastreamento com teste efetivo até os 35 e outro até os 45 anos de idade;

3) 90% das mulheres identificadas com lesões precursoras ou câncer invasivo recebam tratamento.

 Tais medidas devem acarretar a redução da mortalidade feminina em cerca de um terço. A Febrasgo endossa a campanha da OMS e traça como estratégia a conscientização da população. Em seu site, a entidade disponibiliza informações sobre a doença e um vídeo institucional explicando a parceria com a OMS

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