Um estudo de pesquisadores brasileiros e espanhóis mostrou que o uso de canabidiol, em combinação com um antibiótico já utilizado em hospitais, pode ter efeito antibacteriano e combater as chamadas “superbactérias”.
Os resultados dos testes laboratoriais foram publicados no mês passado na revista científica “Scientific Reports”, do grupo Nature. O estudo foi conduzido pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas e de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto, da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Araraquara, e do Instituto Ramón y Cajal de Investigación Sanitaria, da Espanha.
O canabidiol, também conhecido do ramo medicinal pela sigla “CBD”, é uma substância extraída da planta Cannabis, da qual é feita a maconha, mas que não tem efeito psicoativo.
O uso do CBD tem um conhecido potencial terapêutico para uma série de doenças, especialmente as neurológicas, por atuar diretamente no sistema nervoso central das pessoas que fazem uso medicinal da substância. Agora, esse novo estudo demonstrou também que, aliado à polimixina B, pode combater superbactérias, que são aquelas mais resistentes aos antibióticos.
Os ambientes hospitalares são propícios a essas bactérias mais potentes e podem levar à morte os pacientes, muitos dos quais já internados com complicações graves, a partir de condições como a pneumonia, infecções no sangue e a meningite.
A descoberta ainda surpreendeu ao verificar a eficácia do canabidiol com a polimixina para bactérias que eram resistentes ao antibiótico usado sozinho.
Os pesquisadores também concluíram que o uso isolado do CDB foi eficaz contra bactérias que provocam faringite, endocardite, febre reumática, entre outras doenças.
A pesquisa sugere a continuidade de pesquisas que levem em conta o uso do CDB, para formulação de novos medicamentos e descobertas de novos usos terapêuticos e medicinais da substância.
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