Com mais de 80% dos leitos ocupados no RN, governo convoca prefeituras e MP para discutir novas medidas contra Covid-19


Reunião é prevista para a tarde desta sexta (19). Comitê científico do estado sugeriu suspensão de aulas presenciais em escolas, fechamento de bares e restaurantes, entre outras medidas; empresários protestam.

O governo do Rio Grande do Norte chamou representantes dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e prefeituras dos municípios da região metropolitana de Natal para discutirem medidas a serem adotadas por causa do aumento da ocupação de leitos de UTI para pacientes com Covid-19. A taxa passou de 80% no estado e se aproxima dos 90% na Grande Natal.

taxa de ocupação dos leitos críticos não passava de 80% no estado desde julho de 2020, segundo dados da plataforma Regula RN – usada pelo estado para administrar os leitos.

A governadora Fátima Bezerra (PT) fará parte da reunião marcada para a tarde desta sexta-feira (19), a partir das 15h, com procuradores dos Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual, e prefeitos dos municípios que compõem a Região Metropolitana de Natal. O encontro será na sede do governo do estado.

Ainda de acordo com o governo, o objetivo é discutir e reforçar as ações do Pacto pela Vida, devido ao aumento de casos da Covid-19 e a sobrecarga nos hospitais da capital e das cidades circunvizinhas.

comitê científico do estado sugeriu uma série de medidas como a suspensão das aulas presenciais em escolas particulares por duas semanas, fechamento de bares e restaurantes a partir das 22h e suspensão da realização de cirurgias eletivas. O governo ainda não tomou uma decisão sobre as propostas.

Os números mais recentes no Rio Grande do Norte, mostram uma taxa de ocupação de UTI Geral de 81,7%. De acordo com o próprio governo, o recomendável é que essa taxa de ocupação seja de, no máximo, 80% para o manejo adequado desses leitos.

situação mais grave é na Região Metropolitana, com 87,5% de ocupação dos leitos críticos. A taxa está acima dos 80% na região há quase duas semanas. Dez unidades de saúde, entre elas o Hospital de Campanha de Natal, o Giselda Trigueiro e o Onofre Lopes, não têm mais vagas. No Hospital João Machado, a taxa de ocupação é de 96%. São 29 leitos, mas apenas 1 estava vago até a noite dessa quinta-feira (18).

Na região do Oeste potiguar, a taxa de ocupação está em 71,6% e no Seridó ela chega a 82,9%.

 

Empresários protestam

Embora o estado ainda não tenha divulgado nenhuma decisão em relação às propostas do comitê científico, empresários protestaram contra as propostas de suspensão das atividades. Em nota, a associação de bares e restaurantes, por exemplo, considerou que a maioria dos estabelecimentos estão seguindo as normas sanitárias. “Não podemos ser responsabilizados por erros e desrespeito de uma insignificante minoria”, considerou.

associação que representa escolas privadas no estado considerou que as instituições tomaram todas as medidas necessárias para evitar a transmissibilidade e que a suspensão das aulas representaria um retrocesso para o setor, “que já vislumbrava uma recuperação e passava a ganhar a confiança das famílias para os filhos retornarem às salas de aula com os protocolos adotados”.

No interior, prefeituras voltam a fechar serviços

Somente nesta sexta-feira (19) o Diário Oficial dos Municípios registra três casos de municípios renovaram decretos de combate à pandemia e outros três que publicaram novas determinações endurecendo regras no combate à pandemia.

Caiçara do Rio do Vento, Brejinho e Boa Saúde renovaram decretos que já existiam nos municípios e determinam normas de distanciamento, uso de máscara e funcionamento de estabelecimentos, com regras de prevenção à doença.

No caso de Jardim de Angicos, João Câmara e São João do Sabugi, há novas normas – os dois últimos estipularam multas em caso de descumprimento de medidas. Jardim de Angicos determinou fechamento de bares e restaurantes, que só poderão funcionar para entrega.

João Câmara registrou cinco mortes em quatro dias e a procura pelos serviços de saúde aumentou de uma média de 20 atendimentos diários para cerca de 80, nas últimas semanas.

Na capital, após uma reunião do comitê científico do município na noite desta quinta-feira (18), a prefeitura decidiu ampliar o atendimento nos serviços de saúde, mas não tomou nenhuma decisão envolvendo suspensão de aulas ou de funcionamento de estabelecimentos.

O prefeito Álvaro Dias (PSDB), ainda voltou a recomendar uso de remédios sem comprovação científica de eficácia contra a Covid-19.

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