Exoesqueleto na fisioterapia neurofuncional


Tecnologia já está disponível em Natal e contribui na recuperação de pacientes que sofreram AVC

Dra. Luciana Protásio Fisioterapeuta neurofuncional, professora e pesquisadora. Instagram: @draluprotasio

A Fisioterapia Neurofuncional ou Neurológica reabilita pMais novidades 

Sempre em busca dos melhores tratamentos, Dra. Luciana Protásio também está utilizandessoas com condições de saúde, que comprometem suas funções, atividades e participação social com o intuito de melhorar sua funcionalidade no dia a dia. Para isso, dispõe de diversas técnicas, sendo uma das mais atuais o uso do exoesqueleto.

Exoesqueletos são esqueletos artificiais, feitos de materiais altamente resistentes, que podem ser “vestidos” ou “calçados” por humanos para objetivos diversos. O Exobots® é um tipo de exoesqueleto da empresa Neurobots, um equipamento que atua como uma mão robótica e que funciona associado a interface cérebro-máquina. Seu objetivo é auxiliar indivíduos hemiparéticos, ou seja, com perda de força de um lado do corpo, como após AVC, a readquirir seus movimentos do membro superior (braço-mão), e consequentemente melhorar a execução das atividades do dia a dia.

“A fisioterapia neurofuncional atuará de forma personalizada com o paciente, monitorando, auxiliando e recuperando os movimentos comprometidos após a lesão cerebral. Estamos em tempos de reabilitação 4.0!”, comemora a dra Luciana Protásio, fisioterapeuta neurofuncional que já disponibiliza essa ferramenta inovadora em seu consultório em Natal/RN.

O tratamento

Uma demonstração com o fisioterapeuta da equipe Adriel Kelvin. (foto: arquivo pessoal)

Dra Luciana explica que o paciente fica com uma touca de eletroencefalograma (EEG), na cabeça, com os eletrodos ligados a essa touca e junto a um computador. “Durante a sessão o fisioterapeuta vai guiando a prática mental (imagética motora) dele, ou seja, os pensamentos do paciente são direcionados para os movimentos e atividades a serem trabalhados e que precisem ser melhorados em cada caso”, explica.

 Após esses pensamentos sobre os movimentos serem ativados, a mão dele, a mais fraca,  que estará acoplada ao exoesqueleto vai ter seu movimento conduzido pelo equipamento, a mão robótica.

Concentração, atenção, prática mental e depois, a execução dos movimentos são os focos neste modelo de neurorreabilitação. “A base desse programa de reabilitação se dá pela interface cérebro-máquina com o exoesqueleto. Isto é, na relação entre os comandos gerados pelo cérebro, guiados pela fisioterapeuta,  e treinados em seguida”, explica a fisioterapeuta.

Protocolo

Depois da avaliação inicial é iniciado um protocolo realizado diariamente por 2 semanas cerca de 1h15min por dia. Está é chamada, fase de aquisição de aprendizagem e movimentos.  A prática se repete como forma de evoluir no aprendizado e na evolução da funcionalidade do paciente.

Depois dessa 1ª fase e de acordo com as metas que queiram ser alcançadas e a condição do paciente, ele entra na 2ª fase, a fase de manutenção dos ganhos alcançados, que dura cerca de 4 semanas. Nessa outra fase, os atendimentos são realizados 2 ou 3 vezes por semana. “A cada fase, vamos avaliando e depois, reavaliamos escalas específicas para mensurar os possíveis ganhos do paciente”, detalha a Dra. Luciana Protásio.

Em ambas as fases, o paciente em casa, como forma de potencializar os resultados benéficos, também fará algumas atividades prescritas pelo fisioterapeuta com objetos do seu cotidiano. 

Quem pode se beneficiar 

A principal aplicação do Exobots® está sendo em pacientes com AVC, nos quais já se tem pesquisas científicas revelando os ganhos de amplitude nos movimentos, força e funcionalidade. “Pode-se aplicar a outras condições de saúde, que também gerem dificuldades de um lado do corpo (mão) como tumor cerebral e alguns casos de traumatismo craniano”, orienta a fisioterapeuta neurofuncional. Dra Luciana acrescenta ainda que se a pessoa tiver déficit cognitivo e dificuldade de atenção não é elegível para tratamento com o exoesqueleto.

 

Principais vantagens

– Uso da interface cérebro-máquina (onde se capta o sinal cerebral quando se pensa no movimento)

– Beneficia mesmo os pacientes crônicos 

– É uma forma de fisioterapia intensiva (10 dias seguidos por cerca de 1h)

“Tudo isso permite maior direcionamento à modulação do cérebro, podendo encontrar forma mais específica de estimular a parte cerebral com lesão”, conclui.

 

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