Os eletrônicos são os vilões?


Quem convive com os nativos digitais, gerações nascidas após a década de 90 que conhecem o mundo online e não sabem o que é a vida off-line, sabe que eles possuem incrível habilidade e manejo com celulares, tablets e computadores com facilidade que os pais sequer conhecem. 

Essa geração apresenta características como: busca por informações imediatas, novas tecnologias, hábito de estar sempre conectados, procura por sentido e flexibilidade no trabalho. No entanto, apresentam baixa habilidade social e emocional para se relacionar com a vida real, baixo nível de tolerância em situações de frustração, pouca resiliência na resolução de conflitos e pouco desenvolvimento da inteligência emocional e das inteligências intrapessoal e interpessoal.

         Em muitas famílias, o uso das telas e eletrônicos pelas crianças e adolescentes aumentam, pois são recursos utilizados pelos pais em busca de descanso ou para agilizar a rotina no dia a dia, fazendo com que o vínculo às telas ganhe força de entretenimento e, em muitos casos, de companhia. A utilização em excesso pode levar a quadros de depressão, déficit de atenção, ansiedade, limitações em estabelecer relações sociais, baixo rendimento escolar, menos curiosidade, menos autocontrole, menos estabilidade emocional, maior incapacidade em terminar tarefas, sexualização precoce, adesão ao cyberbullying, exposição a conteúdo impróprio e dependência de redes sociais e de jogos online. O avanço tecnológico veio para somar e trouxe ganhos em todos os campos sociais: geram atividades profissionais inovadoras, auxiliam a saúde e a educação, mas é urgente a análise e reflexão sobre o uso saudável.

Algumas pesquisas apontam que crianças e adolescentes estão, através dos celulares, alimentando o sistema dopaminérgico de recompensa e motivação e a cada bip do aparelho, ativam a liberação de dopamina, não conseguem ter autocontrole e aguardar para ver depois e podem vir a desenvolver dependência.  Em 2018 a Classificação Internacional de Doenças (CID) incluiu o vício em jogos de videogame como transtorno mental.      

Os eletrônicos não são os vilões, mas a relação que se estabelece com eles, a quantidade de tempo destinada compromete o desenvolvimento saudável da criança e do adolescente que necessitam de distrações e brincadeiras no mundo real.

Alguns de nós já vivenciaram um momento em família em que cada um está usando seu smartphone, sem dialogar entre si ou receber mensagem do filho pelo whatsapp abordando assuntos de conteúdo emocional, importantes de serem conversados olho no olho.  Refletir sobre o estilo de vida e no exemplo que passamos é um bom primeiro passo. 

Sugestões para nova rotina:

  1.     Organizem juntos uma lista de atividades que inclua um tempo para estudar, exercitar o corpo, ler, brincar, jogar e utilizar as telas.
  2.     Mesmo dentro do tempo recomendado de 02 a 03 horas de uso dos eletrônicos, organize com a criança e/ou adolescente intervalos nos quais incluam outras atividades.
  3.     Evitar eletrônicos antes de dormir.
  4.     Não permita o uso de celulares e tablets nas refeições.
  5.     Para diminuir a vontade em verificar o celular, estimule a retirada dos sons e avisos visuais.
  6. Criem o tempo em família e desenvolvam atividades como cozinhar, jogar, brincar ou conversar sobre vários temas.
  7. Partivipe da vida online do seu filho, jogue alguns jogos online, como forma de acompanhar como as coisas estão acontecendo. Estimule-o a não ter segredos com você.
  8. Sejam modelos de comportamento: estando com seu filho, se afaste do celular e dedique sua atenção de forma integral. 
     

    Patricia Mota
    psicóloga/CRP 17/0640

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