Por que um palavrão pode ajudar a ir um pouco além no exercício físico, segundo a psicologia


Xingar durante um exercício físico pode ajudar a ir um pouco além do próprio limite — não por força extra, mas por menos freio mental. É o que mostra um estudo conduzido por pesquisadores da Keele University, no Reino Unido, publicado nesta quinta-feira (18) na revista científica “American Psychologist”.

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Ao analisar dados de 300 participantes, os pesquisadores concluíram que o uso de palavrões melhora o desempenho físico ao aumentar foco, autoconfiança e sensação de imersão na tarefa, reduzindo a tendência de “se segurar”.

O que muda quando a pessoa xinga

Nos experimentos, os participantes sustentaram o peso do próprio corpo por mais tempo quando repetiam um palavrão, em comparação com uma palavra neutra. Na análise agregada dos três estudos, o tempo médio no exercício passou de 25,4 segundos para 28 segundos, um aumento de cerca de 2,6 segundos, ou aproximadamente 10% a mais de resistência, um ganho pequeno, mas consistente e estatisticamente significativo entre os diferentes experimentos.

Segundo os autores, o efeito ocorre porque xingar ajuda a entrar em um estado psicológico de desinibição, no qual normas sociais e autocríticas perdem força momentaneamente.

“Em muitas situações, as pessoas se contêm — consciente ou inconscientemente — e acabam não usando todo o potencial disponível”, escrevem os autores nas conclusões do estudo.

Menos freio, não mais motor

A pesquisa mostra que o palavrão não atua como estimulante fisiológico direto. Análises anteriores do mesmo grupo já haviam mostrado que o efeito ocorre mesmo sem aumento significativo de marcadores de excitação física.

O diferencial está no plano mental: xingar aumenta a sensação de fluxo, melhora a autoconfiança e reduz pensamentos paralelos que competem com a tarefa.

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