No Dia Mundial da Saúde (07/04), profissionais ressaltam a importância de incorporar atividades físicas no dia a dia
Quando se fala em saúde, é comum associarmos o conceito a uma boa alimentação e consultas médicas regulares. No entanto, há um fator fundamental que muitas vezes recebe menos atenção do que deveria: a prática regular de exercícios físicos. Independentemente da idade ou do estilo de vida, movimentar o corpo gera benefícios incontáveis, que vão desde a prevenção de doenças cardiovasculares até a melhora da saúde mental e o aumento da longevidade.
O envelhecimento saudável está diretamente ligado ao nível de atividade física ao longo da vida. Com o passar dos anos, a perda de massa muscular e a redução da mobilidade podem comprometer a independência e a qualidade de vida. Segundo Gilvan Zumba, profissional de educação física da Bodytech Tirol, em Natal, a prática regular de exercícios não só melhora o condicionamento físico e ajuda no controle do peso, mas também previne doenças como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos. “Manter o corpo ativo significa garantir mais autonomia para realizar as tarefas do dia a dia e preservar a funcionalidade do organismo por mais tempo”, explica.
Para aqueles que possuem rotinas agitadas e encontram dificuldades para encaixar os treinos no dia a dia, Zumba sugere pequenas mudanças de hábito, como optar por escadas em vez de elevadores e fazer pequenas caminhadas durante o expediente. Além disso, ele destaca que não é necessário passar horas na academia para colher os benefícios da atividade física. “Reservar pelo menos 30 minutos diários para um treino mais curto, mas eficiente, é fundamental para manter a constância e colher os benefícios da atividade física. O importante mesmo é começar devagar, e com o tempo, vai ser natural o aumento da intensidade”, sugere.
A relação entre exercícios físicos e saúde cardiovascular é amplamente comprovada pela medicina. A médica cardiologista Paula Fadel destaca que a prática regular ajuda a controlar os níveis de pressão arterial, colesterol e glicose. “O impacto do exercício físico na saúde cardiovascular é primordial. Eu sempre falo para os meus pacientes que o que eles se interessarem é válido. Desde simples caminhada, um passeio na praça, fazer musculação, pilates, andar de bicicleta. Qualquer atividade física importa”, enfatiza Paula.
Além disso, ela ressalta que o coração, como qualquer outro músculo, precisa ser fortalecido para funcionar bem ao longo dos anos. Antes de iniciar uma nova rotina de treinos, a médica reforça a importância da avaliação médica, especialmente para aqueles que possuem histórico familiar de doenças cardíacas ou fatores de risco como diabetes e hipertensão. “Exames como o teste ergométrico ajudam a identificar eventuais problemas e garantem que o paciente possa treinar com segurança”, aconselha.
O fortalecimento muscular é uma das formas mais eficazes de prevenir dores e lesões, além de ser essencial para manter a independência funcional ao longo da vida. A fisioterapeuta Priscila Costa ressalta que problemas posturais comuns, como hipercifose torácica e ombros anteriorizados, podem ser corrigidos por meio de treinos focados em ganho de força e flexibilidade, como musculação, pilates e treinamento funcional.
“Quando os músculos estão equilibrados, o risco de dores e lesões diminui consideravelmente. Por exemplo, o quadríceps e os isquiotibiais precisam manter uma relação equilibrada para garantir a estabilidade do joelho”, explica Priscila. Além disso, ela destaca que, para quem tem dores crônicas ou limitações físicas, a prática de exercícios é essencial para estimular o corpo e a chamada “farmácia endógena” – nome dado à produção natural de substâncias analgésicas pelo próprio organismo.
A longevidade também está associada à atividade física pelo fato de que exercícios contribuem para a preservação da cognição e da saúde mental. Estudos mostram que pessoas fisicamente ativas têm menor risco de desenvolver doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson. Além disso, a prática de atividades aeróbicas e de força auxilia na manutenção da densidade óssea, reduzindo o risco de osteoporose e quedas em idosos.
Outro ponto fundamental é a relação entre exercício e bem-estar emocional. A prática regular de atividades físicas libera neurotransmissores como serotonina, dopamina e endorfina, responsáveis pela sensação de prazer e pela redução do estresse e da ansiedade. “Se a gente está bem com a nossa saúde mental, todo o resto nos proporciona benefícios também, pois o corpo responde de maneira positiva. Através dos estudos, tanto atuais, como desde os primeiros estudos que conseguiram fazer, a relação de benefício é 100% comprovada, tanto em relação às doenças, como prevenção e proporção de bem-estar”, complementa Paula Fadel.
Os exercícios físicos são, sem dúvida, os maiores aliados da saúde. Seja por meio de pequenas mudanças de hábito ou da adoção de um programa estruturado de treinos, o mais importante é começar e manter a constância. Afinal, um corpo em movimento é um corpo saudável, ativo e preparado para desfrutar a vida com qualidade.