Taxa de mortalidade por infarto no RN cai 21% e é a menor do Nordeste


Ações realizadas pela Sesap e parceiros para o funcionamento da linha de cuidado do infarto foram discutidas em workshop

A taxa de mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Rio Grande do Norte, em 2023, foi a menor do Nordeste, tendo registrado uma queda de 8,58% para 6,74%. As ações da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) em torno da linha de cuidado do infarto que resultaram nessa queda de 21% foram discutidas nesta terça-feira (7), no auditório da Escola de Governo, durante o 3º workshop de indicadores da linha de cuidado do infarto agudo do miocárdio.

Foto: Elisa Elsie / Assecom

O workshop marca o segundo ano de funcionamento da linha de cuidado, lançada oficialmente em abril de 2022. Desde então, a Sesap estruturou uma rede com hospitais da rede pública estadual e municipal, unidades de pronto atendimento e o Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL), que já salvou diretamente mais de 350 pessoas. Esses pacientes passaram pelo procedimento de trombólise, que consiste na utilização de medicação para dissolver o coágulo e dar mais tempo para a atuação das equipes de saúde no trato do caso de infarto.

“Hoje temos a menor taxa do Nordeste, mas queremos que seja a menor do Brasil. O dia de hoje marca que o trabalho unificado, conjunto, dá resultado, salva vidas. Nossa obrigação é dar seguimento e aprofundar”, disse a secretária de Estado da Saúde Pública, Lyane Ramalho.

Entre os pacientes salvos nesse período está Roberto Mendes. Morador da zona rural de Jandaíra, ele contou durante o fórum comosentiu as primeiras dores do infarto enquanto estava em casa e relatou sua passagem por toda a linha de cuidado da doença. Ele foi primeiro atendido em uma unidade municipal, regulado para o Hospital Regional Josefa Alves Godeiro, em João Câmara, a 40 km de Jandaíra, onde recebeu a medicação de trombólise. Logo após foi encaminhado para a UTI do Hospital Geral João Machado, onde passou uma semana, e na sequência realizou os procedimentos cirúrgicos no HUOL. “Estou aqui graças a Deus e aos médicos que agiram rápido. Só tenho a agradecer”, resumiu ele.

Além do tratamento aos pacientes, a linha de cuidado também já qualifica mais de dois mil profissionais de saúde para o reconhecimento do mal súbito e a adoção de procedimentos de diagnóstico e terapêutica. Atualmente, a linha de cuidado está presente em sete das oito regiões de saúde do RN, restando apenas o Vale do Açu, que está em processo de finalização da implantação, prevista para as próximas semanas.

HOSPITAIS

Os indicadores de mortalidade nos hospitais mostram resultados expressivos no Hospital Geral Dr. João Machado, em Natal, onde a taxa de mortalidade por infarto caiu de 18,05% para 5,73% após implantação do projeto, e no Hospital Regional Lindolfo Gomes Vidal, em Santo Antônio, onde a mortalidade caiu de 14,89% para 6,71%. Por esses números, as duas unidades receberam certificados de reconhecimento durante o workshop.

Além deles, o Hospital Regional Cleodon Carlos de Andrade, em Pau dos Ferros também recebeu uma homenagem especial. A unidade foi escolhida como a que melhor executou o projeto até o momento. “De janeiro de 2023 até janeiro deste ano tivemos mais de 180 casos de infarto atendidos e perdemos apenas duas pessoas. Isso é fruto de um trabalho muito importante, mostrando que o interior também dá resposta. Pessoalmente, para eu que perdi minha mãe por um infarto, é muito gratificante devolver todas essas pessoas às suas famílias”, pontuou Raimundo Farias, diretor do Regional de Pau dos Ferros

FÓRUM

Segundo a subcoordenadora de Regulação das Urgências e Emergências da Sesap, Walkíria Nóbrega, o fórum é importante para divulgar os resultados obtidos após a implantação desta linha de cuidado com vistas à melhoria da assistência e reflexo direto nos dados epidemiológicos a longo prazo. “A linha de cuidado tem o apoio do projeto Sprint, que é uma iniciativa da Boehringer Ingelheim para desenvolver e aperfeiçoar as redes de atendimento ao paciente com infarto, promover o diagnóstico rápido e a estratégia terapêutica mais adequada para reduzir a mortalidade”, explica.

O encontro teve a participação de diversos diretores de unidades de saúde da Região Metropolitana, Agreste, Mato Grande e Seridó, além de representantes do Ministério Público do RN, do HUOL e da seção potiguar da Sociedade Brasileira de Cardiologia

O evento será realizado por macrorregião de saúde, para que possam ser discutidos os indicadores epidemiológicos específicos de cada área. Por isso, na quinta-feira (9), o mesmo evento será realizado no auditório do Hospital Regional da Mulher Parteria Maria Correia, em Mossoró, para apresentação dos indicadores referentes à 2ª Macrorregião de Saúde. Na ocasião, estarão presentes representantes dos hospitais regionais de Pau dos Ferros, Apodi, além do Hospital Wilson Rosado, unidade privada de Mossoró.

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